História de Itajubá

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História de Itajubá

Itajubá é um município situado no sul do estado de Minas Gerais. Sua história remonta ao início do século XVIII com a fundação da antiga Itajubá, atualmente conhecida como Delfim Moreira.

Etimologia

O topônimo Itajubá tem origem na língua tupi-guarani. A forma primitiva era Itagybá, que, por corruptela, se tornou Itajubá. Segundo o historiador Armelim Guimarães, baseado em estudos de Geraldino Campista e Correia de Faria, Itagybá significa "água que do alto cai sobre a pedra", ou seja, cachoeira ou cascata do rio das pedras (ita - gy - bá). Essa denominação está ligada à cascata Itagybá, localizada na área urbana de Delfim Moreira, a primitiva Itajubá. Contrariamente a uma interpretação popular, Itajubá não significa "pedra amarela" (Ita-jubá com tônica no "u").

Primeiros Tempos e Fundação

A primeira Itajubá (Nossa Senhora da Soledade de Itajubá), hoje Delfim Moreira, foi fundada em 1703 pelo bandeirante paulista Miguel Garcia Velho. Era um importante centro paroquial que abrangia uma vasta região.

No final de 1818, o Padre Lourenço da Costa Moreira foi nomeado pároco da antiga freguesia [4]. Por volta de 1819, liderou seus fiéis na fundação de uma nova povoação às margens do rio Sapucaí. A data oficial da fundação da atual Itajubá é 19 de março de 1819. Esse movimento ocorreu devido a desentendimentos com os moradores da antiga paróquia. O local da disputa ficou conhecido como "Encontro".

Emancipação Política e Elevação à Cidade

A emancipação política de Itajubá ocorreu em 27 de setembro de 1848 com a criação da Câmara Municipal. O município recém-emancipado abrangia diversos territórios que posteriormente se tornaram municípios independentes.

Em 4 de outubro de 1862, a Vila de Itajubá foi elevada à categoria de cidade pela Lei Provincial nº 1.149.

Século XIX: Desenvolvimento e Abolição

O século XIX foi marcado pelo desenvolvimento da cidade em diversos aspectos. Em 12 de maio de 1872, foi fundado o primeiro jornal de Itajubá, "O Itajubá", pelo Dr. Aureliano Moreira Magalhães, um marco para a cultura local e o início da imprensa na cidade. No mesmo ano, em 15 de julho de 1872, foi criada a Comarca de Itajubá, elevando sua importância no cenário judiciário. O primeiro juiz de Direito foi o Dr. Adolfo Augusto Olinto.

Um evento de grande significado foi a abolição da escravidão em Itajubá em 11 de março de 1888, dois meses antes da Lei Áurea [23, 25, 32-36]. Esse feito pioneiro rendeu à cidade o título de "Cidade Luz" , conferido por José do Patrocínio.

A cidade também recebeu a visita de figuras importantes, como a Princesa Isabel e seu esposo, o Conde d'Eu, em 2 de dezembro de 1868.

Século XX: Industrialização e Modernização

No início do século XX, Itajubá iniciou um processo de industrialização. A Companhia Industrial Sul Mineira (Fábrica Codorna) foi uma das primeiras fábricas da região a utilizar energia elétrica na produção de tecidos. A tentativa de tombar a fábrica Codorna como patrimônio histórico gerou debates entre o público e o privado.

A cidade também testemunhou o desenvolvimento da educação, com a criação de instituições como o Instituto Eletrotécnico Mecânico de Itajubá, atual UNIFEI. A influência de figuras políticas como Venceslau Braz, nascido na então pertencente a Itajubá São Caetano da Vargem Grande (atual Brazópolis) e que se tornou Presidente da República (1914-1918), impulsionou o crescimento e desenvolvimento da região.

A cultura continuou a florescer com o surgimento de diversos jornais e a fundação de espaços como o Teatro Santa Cecília em 1872. Em 1911 surgiu o primeiro cinema, Bijou-Salon.

Em 1998, Itajubá foi classificada em 1º lugar em Minas Gerais em padrão de vida e cultura, segundo o IDH-M da ONU.

Patrimônio Histórico e Cultural

Itajubá possui um rico patrimônio histórico e cultural, incluindo a memória da industrialização. O Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Artístico de Itajubá foi formado para discutir o tombamento e a preservação desse patrimônio. A história da cidade foi registrada por importantes historiadores locais, como Pedro Bernardo Guimarães e Armelim Guimarães, cujas obras são importantes fontes para o estudo da história local.