Dr. Aureliano Moreira Magalhães

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'Aureliano Moreira Magalhães (Alfenas, 1842 - 1915) foi uma figura proeminente na história de Itajubá, Minas Gerais, atuando como advogado, político, magistrado e, notavelmente, como o fundador da imprensa itajubense.

Família e Vida Pessoal[editar]

Aureliano Moreira Magalhães era filho do Dr. Domiciano da Costa Moreira e de D. Maria Domiciana de Magalhães. Seu pai, Domiciano, foi o segundo médico a clinicar em Itajubá, um cafeicultor, líder do Partido Liberal, vereador, Presidente da Câmara e Agente Executivo Municipal (Prefeito). Domiciano também foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e deixou em testamento uma quantia para a fundação de uma casa hospitalar para pobres em Itajubá, sendo considerado o primeiro grande benfeitor da Santa Casa.

Aureliano era neto de Padre Lourenço da Costa Moreira, o fundador da nova Itajubá, e de D. Inês de Castro Silva. Seus irmãos incluíam Amélia Moreira Magalhães, casada com o Cel. Evaristo da Silva Campista; Dr. Domiciano da Costa Moreira Filho; Maria Moreira de Magalhães; e Olímpio Augusto de Magalhães. Ele era tio do historiador Geraldino Campista, filho de sua irmã Amélia.

Casou-se com Maria Inácia de Macedo. Foi descrito como um homem inteligente, espirituoso e sociável, com grande talento e uma bela cultura jurídica. Possuía uma chácara nos arredores da cidade dedicada à pomicultura.

Carreira e Atuação Pública[editar]

Dr. Aureliano Moreira Magalhães formou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo, tendo se graduado em 1863 e se doutorado em 1865.

Exerceu a advocacia, sendo procurado em questões legais, como a venda de terras de herdeiros do fazendeiro Marcolino Moreira da Costa. Na magistratura, atuou como Subprocurador Geral de Minas Gerais e Juiz de Direito da Comarca de Cristina. Foi Juiz Municipal e de Órfãos em Itajubá a partir de 1885. Alcançou posições elevadas na magistratura mineira, falecendo como Desembargador.

Na política, foi um membro ativo e influente do Partido Liberal. Representou Itajubá como Deputado à Assembleia Geral no biênio 1868-1869. Serviu como vereador na Câmara Municipal de Itajubá, participando de debates e comissões. Após a Proclamação da República, foi nomeado Chefe de Polícia de Minas. Em 1884, renunciou ao cargo de membro do Diretório do Partido Liberal.

Contribuições para Itajubá[editar]

Dr. Aureliano Moreira Magalhães desempenhou um papel central no desenvolvimento de Itajubá, especialmente nos seguintes aspectos:

  • Fundação da Imprensa Itajubense: É considerado o pioneiro do jornalismo em Itajubá e seu "Gutenberg itajubense". Em 1872, adquiriu uma tipografia antiga de Jesuíno Pereira Baião em Baependi, que foi transportada para Itajubá em carro de bois. Ele a instalou em um prédio na Rua Cel. Francisco Brás (antiga Rua Duque de Caxias) e, com a ajuda de Jesuíno Baião, que iniciou os trabalhos e ensinou o ofício, fundou o primeiro jornal da cidade, "O Itajubá". O primeiro número saiu em 12 de maio de 1872. O jornal, apelidado de "Pica-pau", teve uma duração notável de aproximadamente 18 anos.
  • Abolicionismo: Através de "O Itajubá", Dr. Aureliano combateu ardentemente a escravidão. O jornal registrava e incentivava as alforrias e celebrou a abolição em outros municípios. A edição de 20 de maio de 1888 dedicou a primeira página à Lei Áurea e aos abolicionistas, incluindo a Câmara Municipal de Itajubá.
  • Melhorias Urbanas e Serviços: Como vereador, defendeu a ideia da iluminação pública e sugeriu a requisição de sementes de café Maragogipe ao Ministro da Agricultura para ensaio no município. Participou de comissões municipais, como a relacionada à instalação de uma linha telefônica e à possibilidade de abertura do antigo cemitério sem riscos à saúde pública.
  • Cultura e Educação: Foi fundador da União Auxiliadora do Teatro. Foi um dos fundadores e doadores da Biblioteca Machado de Assis, que foi doada à Municipalidade em 1884. Foi inspetor do Círculo Literário em 1882.
  • Maçonaria: Foi Venerável da Loja Maçônica "Deus e Humanidade" em Itajubá e ajudou em sua fundação em 1874, presidindo cerimônias de iniciação.

Disputas Políticas[editar]

Fontes relatam seu envolvimento em intensas disputas políticas. Era descrito como astucioso e disposto a provocar adversários por razões partidárias. Um episódio notório envolveu uma disputa pela posse de uma urna de votação na Igreja Matriz, durante a qual um indivíduo de seu grupo político atirou contra o guardião da urna.

Legado[editar]

Dr. Aureliano Moreira Magalhães é lembrado por sua cultura jurídica e sua atuação na magistratura. Seu papel como fundador do primeiro jornal de Itajubá e seu engajamento na causa abolicionista são marcos de sua trajetória. Ele também contribuiu para iniciativas culturais e o desenvolvimento da infraestrutura urbana, além de ter sido um dos fundadores da Maçonaria local.

Faleceu em 24 de setembro de 1915 em Belo Horizonte ou Rio de Janeiro.