Cine Apolo

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Cine Apolo nos anos 1930

O Cine Apolo foi uma das mais importantes casas de diversão e um marco cultural em Itajubá, Considerado na época uma das melhores casas de diversões do sul de Minas, o Apolo não se limitou a ser apenas uma sala de cinema, mas também um significativo espaço para teatro, eventos culturais e sociais.

História

A história do Cine Apolo começa em 1924, quando Eulálio da Gama Pinto (conhecido como Lalinho), filho do empreendedor Joaquim Rodrigues Pinto (fundador do Édson Cinema), adquiriu e mandou demolir um antigo sobrado localizado na Praça Teodomiro Santiago. Este sobrado tinha uma história multifacetada na cidade, tendo funcionado como residência, sede do primitivo Ginásio de Itajubá, e provisoriamente como Casa das Ordens do 4º Batalhão de Engenharia em 1921. Anteriormente, um bazar existiu aproximadamente no mesmo local desde 1823.

No local do sobrado demolido, Eulálio da Gama Pinto construiu o Cine Apolo. A inauguração é citada em diferentes fontes com datas distintas: algumas apontam para 1924, enquanto outras indicam 1927. Foi considerado o primeiro prédio de concreto armado do sul de Minas.

O Apolo é listado entre as "velhas casas do cinema mudo de Itajubá", juntamente com o Bijou-Salon, o Édson Cinema e o Cine Paratodos.

Localização

O Cine Apolo estava localizado na Praça Cesário Alvim, que hoje corresponde à Praça Teodomiro Santiago, onde hoje está o Edifício Eulálio Pinto

Características e Operação

  • Capacidade: As fontes apresentam diferentes números para a capacidade de espectadores: entre 998 e 1200 poltronas. O Cine Repórter menciona 1.200 lugares, enquanto uma survey indica 998. A sala possuía frisas e torrinhas, onde ficavam os espectadores que pagavam meio ingresso (popularmente conhecido como "poleiro").
  • Tecnologia Cinematográfica: Inicialmente, utilizava projetores de 35mm para filmes mudos, com acompanhamento de orquestra. Eulálio Pinto foi responsável por inaugurar o cinema falado em Itajubá no Apolo em 13 de setembro de 1930, utilizando o sistema Vitafone (som por discos da RCA) com o filme Folies 1929. Em 2 de janeiro de 1934, introduziu o sistema Movietone (som na película) com o filme Espera-me Coração!. Em 30 de maio de 1955, exibiu o primeiro filme em 3D Anáglifo (com óculos coloridos), Metroscopix. Em 6 de outubro de 1955, exibiu o primeiro filme em cinemascope, O Príncipe Valente.
  • Espaço Teatral e Multifuncional: O Apolo possuía um palco amplo e excelente, marcando uma segunda grande época para o teatro em Itajubá. Recebeu diversas companhias teatrais nacionais renomadas, como Roland e Seus Comediantes (1928), Tournée Scala (1929), Companhia Dramática Louis Chevalier (1931), Grupo Dramático Racine (1933), Companhia Carlos Roma (1934), Grupo Dias Júnior (1935), Companhia Dramática de Margarida Sper (1936), Mazzaropi e sua Companhia de Comédias (1936), Troupe de Genésio Arruda (1938), Tournée Martins Pena (1940), Companhia de Procópio Ferreira (1952), e Companhia Dramática Luís Iglesias. O palco também serviu para apresentações de orquestras (como a do Cassino de Sevilha), corais (como os Canarinhos de Petrópolis), humoristas, folcloristas, ilusionistas, cantores populares (Vicente Celestino, Carlos Galhardo), concertos, recitais, solenidades de formatura, discursos políticos (Plínio Salgado, Carlos Lacerda, Gustavo Barroso, entre outros) e até mesmo ringues de luta livre e boxe.
  • Programação e Público: O Apolo exibia filmes de destaque e atraía público de toda a região sul de Minas. Compartilhava os rolos de filmes com o Cine Paratodos e o Cine Auditório (Pacatito), sendo geralmente o primeiro a exibir. Oferecia sessões mais baratas às segundas-feiras ("Sessão Pão duro"). As sessões de domingo ocorriam às 14h, 16h e 20h.

Legado e Encerramento

O Cine Apolo foi um símbolo de modernidade e contribuiu significativamente para a vida cultural e social de Itajubá. O teatro, que havia se tornado difícil após a demolição do Santa Cecília, encontrou no Apolo um espaço dedicado. Mesmo com a ascensão do cinema sobre o teatro, o palco do Apolo manteve sua importância.

O Apolo encerrou suas atividades em algum momento na década de 1960, provavelmente entre 1960 e 1967.

Houve esforços para reativar o Apolo, com apoio inclusive do Prefeito Ambrósio Pinto, mas o prédio foi posteriormente demolido e em seu lugar foi construído o Edifício Eulálio Pinto.

O Cine Apolo permanece na memória da cidade, sendo lembrado como um local de encontros e experiências culturais significativas.

Fotos

Fachada do Apollo com o passar dos anos

Fotos do interior

Fotos do interior depois do encerramento do cinema, era uma loja de mesas de sinuca.