Bijou-Salon

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Bijou-Salon

O Bijou-Salon foi um cinema histórico em Itajubá, Minas Gerais, amplamente reconhecido como a primeira casa de cinema construída com essa finalidade específica na cidade.

Fundação e Propriedade[editar]

O Bijou-Salon foi fundado por José Martins Garcia, de nacionalidade espanhola, em associação com seus filhos e ajuda financeira de D. Amélia Braga. A empresa operava sob a razão social J. M. Garcia & Filhos. Antes de inaugurar o Bijou-Salon, a empresa J. M. Garcia & Filhos já trabalhava exibindo filmes no Teatro Santa Cecília. As sessões de cinema realizadas no Teatro Santa Cecília no ano de 1910 eram denominadas Cinema Recreio Itajubense.

Martins Garcia tornou-se agente para todo o sul de Minas para Francisco Serrador, de São Paulo, para aluguel de filmes ou venda de projetores. Essa representação foi anunciada na "Gazeta de Itajubá" em 28 de novembro de 1910.

A data de inauguração do Bijou-Salon é citada em 26 de fevereiro de 1911, conforme mencionado na "Gazeta de Itajubá". O número seguinte da "Gazeta" confirmou a inauguração, destacando a "extraordinária concorrência".

Localização e Edifício[editar]

O cinema estava localizado na Praça Cesário Alvim, que é a atual Praça Teodomiro Santiago. O prédio do Bijou-Salon foi construído especificamente para ser um cinema.

O edifício foi erguido pela progressista D. Amélia Braga em um terreno que ela adquiriu da Paróquia. Este terreno era anteriormente destinado à construção da Capela do Senhor dos Passos. O Bijou-Salon situava-se ao lado do Clube Itajubense. Era considerado uma casa chique e um símbolo de progresso.

Características e Tecnologia[editar]

O Bijou-Salon apresentava características notáveis para a época:

  • Era o primeiro prédio próprio construído para cinema em Itajubá.
  • Possuía capacidade para 1ª e 2ª classes de espectadores.
  • A projeção dos filmes era feita da plateia (projeção frontal), o que aumentava a nitidez das imagens, em contraste com a projeção feita por trás da tela.
  • Contava com iluminação elétrica.
  • O salão era descrito como amplo e arejado.
  • Assim como outras casas de cinema mudo da época, as sessões eram animadas por orquestras e solistas.

Controvérsia sobre o Pioneirismo[editar]

O Bijou-Salon é reconhecido como a primeira casa construída com a finalidade de ser um cinema. Antes dele o Teatro Santa Cecília já exibia filmes com as sessões nomeadas de Cinema Recreio Itajubense. As primeiras exibições cinematográficas absolutas em Itajubá ocorreram no Salão Japonês em 1903.

Encerramento e Destino do Prédio[editar]

José Martins Garcia, o fundador, faleceu em 25 de setembro de 1925, e a propriedade do cinema passou de J. M. Garcia & Filhos [1] para Joaquim Rodrigues Pinto & Filho [2], o mesmo proprietário do Edison Cinema e futuramente o Cine Apolo.

Após a extinção do Bijou-Salon, provavelmente entre 1926 e 1930, o prédio foi transformado no Bar Acadêmico. O Bar Acadêmico foi demolido em 1984. Atualmente, o local onde existiu o Bijou-Salon é ocupado pelo Edifício Pedra Amarela.

Legado[editar]

O Bijou-Salon, como a primeira casa de cinema em prédio dedicado em Itajubá, representou um marco na evolução do entretenimento e da cultura na cidade, marcando a transição das exibições improvisadas ou em teatros para espaços construídos especificamente para a arte cinematográfica. É listado entre as "velhas casas do cinema mudo" itajubense.

Referências[editar]