Salão Japonês

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Salão Japonês

O Salão Japonês foi um estabelecimento comercial e de entretenimento fundamental no início da história de Itajubá, Minas Gerais. É amplamente reconhecido como o local onde ocorreram as primeiras exibições de cinema e as primeiras demonstrações de um gramofone na cidade.

O estabelecimento era propriedade de José de Almeida Cunha Júnior, um imigrante português que o fundou em 1901. Estava localizado em uma casa situada na esquina da Rua Cel. Francisco Brás com a Praça Adolfo Olinto. O Salão Japonês funcionava como uma casa de diversões ou uma espécie de "loja de bugigangas", atraindo itajubenses que buscavam entretenimento todas as tardes mediante uma pequena contribuição monetária. Entre as diversas atrações, destacavam-se bonecos movidos a molas ou mecânicos, vistas de cidades europeias, lanterna mágica, além de bilhar e tiro ao alvo.

O pioneirismo do Salão Japonês em Itajubá se manifestou em duas frentes tecnológicas importantes para a época. Em 1901, José de Almeida Cunha Júnior introduziu o gramofone na cidade, exibindo-o pela primeira vez no Salão Japonês. O aparelho, inicialmente chamado de Zonofono, deslumbrou o público com gravações de hinos, marchas, trechos de ópera e fados.

Dois anos depois, após uma viagem ao Rio de Janeiro, Cunha Júnior trouxe um animatógrafo, equipamento que foi um dos primeiros nomes dados ao cinema ou biógrafo. A primeira sessão de cinema em Itajubá ocorreu neste estabelecimento em 22 de maio de 1903. Este evento é considerado a inauguração do cinema na cidade, sendo a primeira vez que os itajubenses viram imagens projetadas com movimento. A tecnologia utilizava filmes mudos em película de 35mm. Devido ao grande interesse, o animatógrafo/biógrafo foi posteriormente transferido para o Teatro Santa Cecília.

O contexto histórico da inauguração do cinema no Salão Japonês remonta a um período em que Itajubá, com aproximadamente 7 mil habitantes, estava em transição. É notável que a primeira exibição de cinema tenha ocorrido antes mesmo de a cidade ter energia elétrica pública, que só chegaria em 1907. José de Almeida Cunha Júnior retornou a Portugal, onde faleceu em 1931, tendo montado uma loja comercial chamada "A Casa do Gramofone" em sua terra natal. O Salão Japonês, por sua vez, deixou uma marca indelével como o berço do cinema e da música gravada em Itajubá.

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