Cinema Recreio Itajubense
Cinema Recreio Itajubense foi o nome dado a uma série de sessões de cinema que ocorreram em Itajubá, Minas Gerais, no ano de 1910. As exibições aconteciam no Teatro Santa Cecília.
O Contexto do Cinema em Itajubá[editar]
As primeiras exibições cinematográficas em Itajubá ocorreram anteriormente, em 22 de maio de 1903, no Salão Japonês de José de Almeida Cunha Júnior, na Praça Adolfo Olinto, utilizando um aparelho chamado "animatógrafo" ou "biógrafo". Devido ao grande interesse, o aparelho foi levado para o Teatro Santa Cecília, onde continuaram as exibições em julho de 1903. Em 1904, outros exibidores ambulantes, Grolero e Pecchioni, também realizaram sessões no Teatro Santa Cecília, introduzindo a projeção com luz elétrica gerada por aparelhos próprios, antes mesmo da cidade ter energia elétrica. O Teatro Santa Cecília, por si só, era um local histórico para a cultura de Itajubá, inaugurado oficialmente em 6 de janeiro de 1873, e tendo sediado exibições teatrais desde 1862 em um palco improvisado no Largo Municipal (atual Praça Dona Amélia Braga).
A Chegada de José Martins Garcia[editar]
Após a saída de um exibidor conhecido como "Lila" do Teatro Santa Cecília, o espanhol José Martins Garcia instalou um aparelho de projeção no mesmo teatro. Ele se tornou agente para todo o sul de Minas de Francisco Serrador, de São Paulo, para aluguel de filmes ou venda de projetores. Essa representação foi anunciada na "Gazeta de Itajubá" em 28 de novembro de 1910.
As Sessões "Cinema Recreio Itajubense"[editar]
As sessões de cinema realizadas por José Martins Garcia no Teatro Santa Cecília, no ano de 1910, foram denominadas Cinema Recreio Itajubense. Conforme anunciado na "Gazeta de Itajubá" de 11 de dezembro de 1910.
Nessa fase, a projeção das imagens em movimento no Teatro Santa Cecília ainda era feita por trás da tela, em contraste com a projeção frontal que seria utilizada posteriormente em locais como o Bijou-Salon. Algumas fontes indicam que os frequentadores dessas primeiras sessões no Teatro Santa Cecília precisavam levar suas próprias cadeiras.
O Teatro Santa Cecília é mencionado em registros até 1930. Embora uma linha do tempo visual em uma fonte sugira que o "Cinema Recreio Itajubense" pode ter existido até a década de 1930, as fontes textuais associam explicitamente o nome "Cinema Recreio Itajubense" às atividades de José Martins Garcia em 1910 no Teatro Santa Cecília.
Transição para o Bijou-Salon[editar]
Após sua atuação no Teatro Santa Cecília sob o nome Cinema Recreio Itajubense, José Martins Garcia, associando-se aos seus filhos sob a razão social J. M. Garcia & Filhos, fundou seu próprio cinema, o Bijou-Salon. O Bijou-Salon, inaugurado em 1911, foi o primeiro prédio construído especificamente para ser um cinema em Itajubá, marcando uma evolução significativa em relação às exibições realizadas em teatros como o Santa Cecília. O prédio do Bijou-Salon foi construído por D. Amélia Braga em um terreno adquirido da Paróquia.
Legado[editar]
O "Cinema Recreio Itajubense" representa uma fase intermediária e importante na história do cinema em Itajubá. Localizado no histórico Teatro Santa Cecília, ele consolidou as exibições regulares de filmes após as mostras pioneiras no Salão Japonês e as primeiras sessões no próprio teatro, e preparou o terreno para a criação do primeiro cinema em prédio próprio na cidade, o Bijou-Salon, pelo mesmo empresário, José Martins Garcia.