Cinemas
História dos Cinemas de Itajubá[editar]
A história dos cinemas em Itajubá começou em 1903, quando José de Almeida Cunha Júnior trouxe um animatógrafo para o seu estabelecimento, o Salão Japonês, localizado na Praça Adolfo Olinto. Esta sessão, ocorrida em 22 de maio, marcou a primeira vez que os itajubenses viram imagens em movimento. Posteriormente, o animatógrafo também foi levado para o Teatro Santa Cecília, que se tornou palco para diversos cinemas ambulantes que passaram pela cidade. Em 1910, o espanhol José Martins Garcia instalou um aparelho de projeção de forma mais permanente no teatro, denominando as sessões Cinema Recreio Itajubense.
O primeiro cinema dedicado em Itajubá foi o Bijou-Salon, inaugurado em 1911 por José Martins Garcia. Construído em um prédio onde hoje é a Praça Theodomiro Santiago, do lado do Clube Itajubense, o Bijou Salon era considerado chique e um símbolo de progresso, com um salão amplo, iluminação elétrica e projeção frontal. Outros cinemas importantes do período do cinema mudo incluem o Edison Cinema, que funcionou de 1913 até a década de 1920 na Praça Wenceslau Braz, e o Cine Apolo, inaugurado em 1927 e que marcou um grande avanço para a cidade, sendo o local onde a primeira exibição de filme falado ocorreu em 1930.
Na década de 1930, foi inaugurado em 1934 o Cine Paratodos, localizado no bairro da Boa Vista, uma área industrial da cidade. Posteriormente, outros cinemas surgiram, como o Cine Auditório da F.I. inaugurado em 1941, o Cine Teatro Edna, inaugurado em 1951. Um dos cinemas mais importantes e modernos foi o Cine Presidente, inaugurado em 1959 na Praça Wenceslau Braz, que se tornou um símbolo da cidade até seu fechamento em 2009.
Após um período sem cinemas, o Cineclube Itajubá foi inaugurado em 2009, mantendo viva a memória do cinema com projetores de 16mm e 35mm e um acervo de filmes clássicos e raros, incluindo cópias do Cine Presidente. Em 2019, foi inaugurado o Cine A, sinalizando um retorno do cinema comercial para a cidade. A história dos cinemas de Itajubá reflete as tendências do país e demonstra a importância desses espaços como palcos de entretenimento, cultura e memória para as diferentes gerações
Lista dos Cinemas[editar]
Linha do Tempo[editar]
Bijou-Salon (1911-1920s)[editar]
O Bijou-Salon marcou um momento significativo na história de Itajubá ao se tornar o primeiro cinema dedicado da cidade, sendo festivamente inaugurado em 29 de junho de 1911. Fundado por José Martins Garcia e sua empresa J. M. Garcia & Filhos, com apoio financeiro de D. Amélia Braga. Sua inauguração representou um avanço para a época, oferecendo um salão amplo e arejado, iluminação elétrica e projeção frontal, diferenciando-se das exibições anteriores realizadas no Teatro Santa Cecília.
Edison Cinema (1913-1920s)[editar]
O Edison Cinema foi o segundo cinema a ser fundado em Itajubá, sendo inaugurado em 10 de agosto de 1913 com o nome inicial de Molière Cinema. No entanto, em 1914, o nome foi alterado para Edison Cinema. O Edison Cinema estava localizado no mesmo local que mais tarde seria ocupado pela casa comercial A Liberty, e que atualmente não existe mais. Era situado ao lado de onde futuramente seria construído o Cine Presidente.
Cine Apolo (1925-1960s)[editar]
O Cine Apolo foi um dos marcos culturais de Itajubá. Inaugurado em 1925, era um cinema de grande porte, com capacidade para centenas de espectadores. Durante as décadas de 1940 e 1950, viveu seu auge, exibindo grandes clássicos do cinema mundial, além de ser palco para eventos sociais da cidade. Foi um dos primeiros a exibir filmes falados na região. Com o tempo, enfrentou a concorrência de novas formas de entretenimento e encerrou suas atividades na década de 1960.
Cine Paratodos (1934-1970s)[editar]
O Cine Paratodos tinha um foco popular: era acessível para trabalhadores e estudantes, com ingressos a preços baixos. Funcionava principalmente para os operários da Fábrica de Tecidos de Itajubá. Foi uma iniciativa pioneira de democratização do acesso ao cinema, encerrando as atividades na década de 1970.
Cine Auditório da Fábrica de Armas (Cine Pacatito) (1941-1990s)[editar]
Instalado dentro da Fábrica de Armas de Itajubá, o Cine Pacatito oferecia sessões para funcionários e suas famílias. Com uma programação voltada para o público interno, foi um importante espaço de lazer em tempos de Segunda Guerra Mundial.
Cine São Luiz (1949-1950s)[editar]
O Cine São Luiz era ligado à Igreja Católica e funcionava no bairro Boa Vista. Exibia principalmente filmes educativos e de temática religiosa, complementando a formação moral das famílias da comunidade.
Cine-Teatro Edna (1951-1950s)[editar]
O Cine-Teatro Edna foi criado com a proposta de exibir filmes de arte, europeus e produções nacionais. Com ambiente intimista e programação diferenciada, atraiu públicos específicos e foi importante para a formação cultural da cidade. Porém, não resistiu às mudanças nos hábitos de consumo de entretenimento e à concorrência e fechou por volta de 1960.
Cine Paroquial (1952-?)[editar]
O Cine Paroquial era um projeto da Paróquia de Nossa Senhora da Soledade. A proposta era proporcionar lazer educativo para os jovens, exibindo filmes com valores cristãos e mensagens edificantes.
Cine Presidente (1959-2009)[editar]
Inaugurado em 1959, o Cine Presidente impressionava pela modernidade: era equipado com Cinemascope, proporcionando uma tela ampla e envolvente. Durante anos, foi referência em exibição de filmes, recebendo estreias nacionais e blockbusters internacionais. Além de filmes, o Cine Presidente também recebeu eventos culturais, formaturas e encontros sociais. Em 2009, após décadas de funcionamento, encerrou suas atividades, deixando uma lacuna no cenário cultural da cidade.
Cine Alvorada (1962-1980s)[editar]
O Cine Alvorada surgiu como uma proposta de cinema mais moderno, com ambiente climatizado e estrutura confortável. Seu público principal eram famílias e jovens. Apesar do sucesso inicial, a competição com a televisão e o videocassete nos anos 1980 levou ao fechamento do cinema.
Declínio dos Cinemas de Rua[editar]
A partir dos anos 1970, com a popularização da televisão e, depois, do videocassete, os cinemas de rua enfrentaram forte concorrência. O público diminuiu, as despesas aumentaram, e muitos cinemas históricos foram obrigados a fechar suas portas. Essa tendência culminou no encerramento das atividades do último grande cinema de rua, o Cine Presidente, em 2009.
Renascimento Cinematográfico[editar]
Hoje, a tradição do cinema em Itajubá sobrevive através de novos formatos:
- O Cineclube Itajubá, fundado em 2009, exibe filmes de arte e clássicos em espaços alternativos.
- O Cine A, inaugurado em 2019, trouxe de volta a experiência de cinema moderno à cidade, com tecnologia de ponta e energia solar.