Cinemas: mudanças entre as edições
(Criou página com '= História dos Cinemas em Itajubá = A história dos cinemas em '''Itajubá''' reflete a evolução do entretenimento e da cultura na cidade ao longo do século XX e início do século XXI. Desde as primeiras exibições em espaços improvisados até os modernos complexos de cinema, as salas de exibição cinematográfica desempenharam um papel significativo na vida social e cultural dos itajubenses [1, 2]. == Primeiras Exibições Cinematográficas (1903) == A primei...') |
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= História dos Cinemas |
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A história dos cinemas em Itajubá começou em 1903, quando [[José de Almeida Cunha Júnior]] trouxe um animatógrafo para o seu estabelecimento, o [[Salão Japonês]], localizado na Praça Adolfo Olinto. Esta sessão, ocorrida em 22 de maio, marcou a primeira vez que os itajubenses viram imagens em movimento. Posteriormente, o animatógrafo também foi levado para o [[Teatro Santa Cecília]], que se tornou palco para diversos cinemas ambulantes que passaram pela cidade. Em 1910, o espanhol [[José Martins Garcia]] instalou um aparelho de projeção de forma mais permanente no teatro, denominando as sessões [[Cinema Recreio Itajubense]]. |
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A história dos cinemas em '''Itajubá''' reflete a evolução do entretenimento e da cultura na cidade ao longo do século XX e início do século XXI. Desde as primeiras exibições em espaços improvisados até os modernos complexos de cinema, as salas de exibição cinematográfica desempenharam um papel significativo na vida social e cultural dos itajubenses [1, 2]. |
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O primeiro cinema dedicado em Itajubá foi o [[Bijou-Salon]], inaugurado em 1911 por [[José Martins Garcia]]. Construído em um prédio onde hoje é a [[Praça Theodomiro Santiago]], do lado do [[Clube Itajubense]], o Bijou Salon era considerado chique e um símbolo de progresso, com um salão amplo, iluminação elétrica e projeção frontal. Outros cinemas importantes do período do cinema mudo incluem o [[Edison Cinema]], que funcionou de 1913 até a década de 1920 na Praça Wenceslau Braz, e o [[Cine Apolo]], inaugurado em 1927 e que marcou um grande avanço para a cidade, sendo o local onde a primeira exibição de filme falado ocorreu em 1930. |
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== Primeiras Exibições Cinematográficas (1903) == |
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A primeira exibição cinematográfica em Itajubá ocorreu em '''22 de maio de 1903''' no '''Salão Japonês''' [3-6]. O português José de Almeida Cunha Júnior, proprietário do salão localizado na Praça Adolfo Olinto, trouxe de sua viagem ao Rio de Janeiro o '''animatógrafo''', um dos primeiros nomes dados ao cinema [3, 5]. Até então, os itajubenses só conheciam projeções fixas [3, 5]. O Salão Japonês já oferecia outras atrações como bonecos movidos a mola, vistas de cidades europeias e o gramofone [3, 7]. O animatógrafo, também chamado de biógrafo pela imprensa local, exibia curtas-metragens de cenas diversas [6]. |
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Na década de 1930, foi inaugurado em 1934 o [[Cine Paratodos]], localizado no bairro da Boa Vista, uma área industrial da cidade. Posteriormente, outros cinemas surgiram, como o [[Cine Auditório da F.I.]] inaugurado em 1941, o [[Cine Teatro Edna]], inaugurado em 1951. Um dos cinemas mais importantes e modernos foi o [[Cine Presidente]], inaugurado em 1959 na Praça Wenceslau Braz, que se tornou um símbolo da cidade até seu fechamento em 2009. |
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O '''Teatro Santa Cecília''' também foi palco das primeiras exibições cinematográficas em Itajubá, com a apresentação de cinemas ambulantes [4, 8]. Inaugurado em 1873, o teatro já era um importante espaço cultural na cidade [9, 10]. Em '''1910''', o espanhol José Martins Garcia instalou um aparelho de projeção de forma mais permanente no teatro, e as sessões eram denominadas '''Cinema Recreio Itajubense''' [10, 11]. Cada frequentador, nessa época, levava sua própria cadeira [10]. |
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Após um período sem cinemas, o [[Cineclube Itajubá]] foi inaugurado em 2009, mantendo viva a memória do cinema com projetores de 16mm e 35mm e um acervo de filmes clássicos e raros, incluindo cópias do Cine Presidente. Em 2019, foi inaugurado o [[Cine A]], sinalizando um retorno do cinema comercial para a cidade. A história dos cinemas de Itajubá reflete as tendências do país e demonstra a importância desses espaços como palcos de entretenimento, cultura e memória para as diferentes gerações |
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== O Bijou-Salon (1911) == |
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A primeira casa de cinema dedicada em Itajubá foi o '''Bijou-Salon''', inaugurado em '''29 de junho de 1911''' [8, 9, 12, 13]. De propriedade da empresa J. M. Garcia & Filho e fundado por José Martin Garcia [12, 13], o Bijou-Salon estava localizado na Praça Cesário Alvim (atual Praça Theodomiro Santiago) [12, 14, 15]. O prédio, construído por Dona Amélia Braga [13], era considerado chique e moderno para a época, com um salão amplo e arejado, iluminação elétrica e projeção frontal, proporcionando maior nitidez da imagem [8, 14, 15]. Após o fechamento do cinema, o prédio foi transformado no Bar Acadêmico [12, 13, 16, 17], localizado entre o Clube Itajubense e a Caixa Econômica Federal [12, 13]. O Annuario de Minas Gerais de 1918 também menciona a existência do cinema Bijou Salon [18]. |
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= Lista dos Cinemas = |
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== O Cine Edson (1913/1914 - Década de 1920) == |
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O segundo cinema de Itajubá foi inaugurado em '''10 de agosto de 1913''' com o nome de '''Molière Cinema''' [16, 19, 20]. Em '''1914''', foi renomeado para '''Edson Cinema''' [16, 20], por sugestão da revista "Século XX" [20]. O fundador foi o empresário Joaquim Rodrigues Pinto [16, 19, 20], avô paterno de Airton Rennó Pinto, futuro fundador do Cine Presidente [21]. O cinema estava localizado em um prédio na Praça Wenceslau Braz, que mais tarde deu lugar à casa comercial A Liberty [16, 19, 20]. O Cine Edson funcionou até a década de 1920 [16]. Joaquim Rodrigues Pinto também era proprietário de uma padaria e fábrica de bolachas na Rua Cel. Francisco Braz [21]. |
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=== Linha do Tempo === |
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[[Arquivo:Linha do Tempo Cinemas.png|center|800px]] |
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O '''Cine Apolo''' foi inaugurado em '''1927''' e representou um grande marco para a cidade, inserida em um período de modernização [22]. Localizado na Rua Dr. João de Azevedo, no trecho da Praça Theodomiro Santiago [23], o Cine Apolo proporcionou, além de exibições de filmes, memoráveis horas de arte dramática e musical [23, 24]. Em '''1934''', foi exibido pela primeira vez em Itajubá, no Cine Apolo, um filme gravado pelo processo movietone ("Espera-me, Coração!"), com gravação na própria fita e não com acompanhamento de discos [25]. O prédio onde funcionou o Cine-Teatro Apolo hoje abriga o Edifício "Eulálio Gama Pinto" [23]. |
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=== Bijou-Salon (1911-1920s) === |
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O [[Bijou-Salon]] marcou um momento significativo na história de Itajubá ao se tornar o primeiro cinema dedicado da cidade, sendo festivamente inaugurado em 29 de junho de 1911. Fundado por [[José Martins Garcia]] e sua empresa J. M. Garcia & Filhos, com apoio financeiro de [[D. Amélia Braga]]. Sua inauguração representou um avanço para a época, oferecendo um salão amplo e arejado, iluminação elétrica e projeção frontal, diferenciando-se das exibições anteriores realizadas no Teatro Santa Cecília. |
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Ao longo do tempo, outros cinemas surgiram em diferentes bairros de Itajubá, atendendo a públicos específicos: |
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* '''Cine-Teatro Edna (1951 - Década de 1960)''': Inaugurado em 10 de outubro de 1951, com o filme "Se Eu Fora Rei" [26, 27], pertencia a Álvaro Mandolesi e tinha capacidade para 400 poltronas [26, 27]. Exibia filmes europeus e estava localizado na Rua D. Maria Carneiro [26]. Parte do prédio se tornou a Padaria Mandolesi após o fechamento [28]. |
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* '''Cine Paratodos (1934 - ?)''': Fundado em 1934 por Pedro Renno e Maria V. Renno, era um cine-teatro com 750 lugares na Rua Maria Carneiro [29]. Atendia também ao bairro Pacatito [30] e exibia os filmes depois que passavam pelo Cine Apollo [30]. Nos anos 70, promovia a "Sessão Badalação" com o Cine Presidente [31]. |
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* '''Cine Auditório (Década de 1940 - ?)''': Inicialmente funcionou em salas improvisadas a partir de 1941, ganhando prédio próprio em 1953 [32]. Atendia aos funcionários da fábrica Codorna e moradores do bairro Boa Vista [30, 32]. Tinha uma programação similar ao Apollo e Paratodos [32] e era uma opção para quem perdia as sessões nos cinemas centrais [30]. Após o fechamento, foi transformado no Bar Pacatito [32]. |
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* '''Cine REPI (Bicas do Meio) (1943 - Década de 1970?)''': Inaugurado em 1943 no distrito de Bicas do Meio, em Wenceslau Braz, com capacidade para 200 poltronas [32]. |
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=== Edison Cinema (1913-1920s) === |
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O [[Edison Cinema]] foi o segundo cinema a ser fundado em Itajubá, sendo inaugurado em 10 de agosto de 1913 com o nome inicial de Molière Cinema. No entanto, em 1914, o nome foi alterado para Edison Cinema. O Edison Cinema estava localizado no mesmo local que mais tarde seria ocupado pela casa comercial [[A Liberty]], e que atualmente não existe mais. Era situado ao lado de onde futuramente seria construído o [[Cine Presidente]]. |
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O '''Cine Presidente''' foi inaugurado em '''10 de junho de 1959''' com o filme "Viva o Palhaço" [29, 31]. Recebeu este nome em homenagem ao ex-Presidente da República Dr. Wenceslau Braz [29]. Fundado por Ailton Rennó Pinto [29, 31], o cinema era considerado moderno e luxuoso, com capacidade para 784 poltronas [29, 31]. Suas pinturas internas retratavam cenas históricas brasileiras [29, 31]. Localizado na Praça Wenceslau Braz [29, 31], tornou-se o símbolo dos cinemas em Itajubá durante sua existência [29]. Além de filmes, o Cine Presidente era utilizado para solenidades de formatura, peças teatrais e encontros políticos [29]. Foi tombado em 1999 [31], mas fechou em 2009, sendo substituído pelas Lojas Pernambucanas [1, 29, 31, 33]. Seu carpete rosa e poltronas foram doados ao Cineclube Itajubá [33]. |
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=== Cine Apolo (1925-1960s) === |
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O [[Cine Apolo]] foi um dos marcos culturais de Itajubá. Inaugurado em 1925, era um cinema de grande porte, com capacidade para centenas de espectadores. Durante as décadas de 1940 e 1950, viveu seu auge, exibindo grandes clássicos do cinema mundial, além de ser palco para eventos sociais da cidade. |
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O fechamento do Cine Presidente em 2009 representou para muitos o fim de uma era, gerando um "vazio cultural" na cidade [33]. As últimas locadoras de filmes também fecharam com a popularização do streaming [33]. |
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Foi um dos primeiros a exibir filmes falados na região. Com o tempo, enfrentou a concorrência de novas formas de entretenimento e encerrou suas atividades na década de 1960. |
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=== Cine Paratodos (1934-1970s) === |
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No entanto, a paixão pelo cinema persistiu, levando ao surgimento de novas iniciativas: |
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O [[Cine Paratodos]] tinha um foco popular: era acessível para trabalhadores e estudantes, com ingressos a preços baixos. Funcionava principalmente para os operários da [[Fábrica de Tecidos de Itajubá]]. Foi uma iniciativa pioneira de democratização do acesso ao cinema, encerrando as atividades na década de 1970. |
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* '''Cineclube Itajubá (2009 - atualmente)''': Fundado em 2009 por Ricardo Neves, um ex-projecionista, na Sala Leila Ramos [33, 34]. Utiliza poltronas resgatadas do Cine Presidente e projetores de 16mm e 35mm [33, 34]. Exibe clássicos, produções raras, filmes independentes, documentários e cinema nacional a preços simbólicos ou gratuitamente [33, 34]. Possui um acervo de mais de 1.000 rolos de filmes [34] e depende de doações e eventos beneficentes [34]. |
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* '''Cine A (2019 - atualmente)''': Inaugurado em 2019, representa o retorno do cinema comercial para Itajubá [35]. |
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=== Cine Auditório da Fábrica de Armas (Cine Pacatito) (1941-1990s) === |
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== Significado Cultural == |
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Instalado dentro da Fábrica de Armas de Itajubá, o [[Cine Pacatito]] oferecia sessões para funcionários e suas famílias. Com uma programação voltada para o público interno, foi um importante espaço de lazer em tempos de Segunda Guerra Mundial. |
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Os cinemas em Itajubá não foram apenas espaços de entretenimento, mas também locais de convivência, onde gerações viveram paixões, protestaram e se maravilharam com a magia do cinema [1, 2, 36]. O desaparecimento de cada sala é considerado por alguns como a perda de um pedaço da alma da cidade [2]. Iniciativas como o Cineclube Itajubá buscam manter viva a memória dessas experiências coletivas [2, 34]. |
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=== Cine São Luiz (1949-1950s) === |
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O [[Cine São Luiz]] era ligado à Igreja Católica e funcionava no bairro Boa Vista. Exibia principalmente filmes educativos e de temática religiosa, complementando a formação moral das famílias da comunidade. |
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=== Cine-Teatro Edna (1951-1950s) === |
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O [[Cine-Teatro Edna]] foi criado com a proposta de exibir filmes de arte, europeus e produções nacionais. Com ambiente intimista e programação diferenciada, atraiu públicos específicos e foi importante para a formação cultural da cidade. Porém, não resistiu às mudanças nos hábitos de consumo de entretenimento e à concorrência e fechou por volta de 1960. |
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=== Cine Paroquial (1952-?) === |
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O [[Cine Paroquial]] era um projeto da Paróquia de Nossa Senhora da Soledade. A proposta era proporcionar lazer educativo para os jovens, exibindo filmes com valores cristãos e mensagens edificantes. |
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=== Cine Presidente (1959-2009) === |
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Inaugurado em 1959, o [[Cine Presidente]] impressionava pela modernidade: era equipado com Cinemascope, proporcionando uma tela ampla e envolvente. Durante anos, foi referência em exibição de filmes, recebendo estreias nacionais e blockbusters internacionais. |
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Além de filmes, o Cine Presidente também recebeu eventos culturais, formaturas e encontros sociais. Em 2009, após décadas de funcionamento, encerrou suas atividades, deixando uma lacuna no cenário cultural da cidade. |
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=== Cine Alvorada (1962-1980s) === |
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O [[Cine Alvorada]] surgiu como uma proposta de cinema mais moderno, com ambiente climatizado e estrutura confortável. Seu público principal eram famílias e jovens. Apesar do sucesso inicial, a competição com a televisão e o videocassete nos anos 1980 levou ao fechamento do cinema. |
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A partir dos anos 1970, com a popularização da televisão e, depois, do videocassete, os cinemas de rua enfrentaram forte concorrência. O público diminuiu, as despesas aumentaram, e muitos cinemas históricos foram obrigados a fechar suas portas. Essa tendência culminou no encerramento das atividades do último grande cinema de rua, o Cine Presidente, em 2009. |
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= Renascimento Cinematográfico = |
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== Ver Também == |
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Hoje, a tradição do cinema em Itajubá sobrevive através de novos formatos: |
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* [[Itajubá]] |
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* [[Cine Presidente]] |
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* [[Cineclube Itajubá]] |
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* [[Teatro Santa Cecília]] |
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* O [[Cineclube Itajubá]], fundado em 2009, exibe filmes de arte e clássicos em espaços alternativos. |
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== Referências == |
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* O [[Cine A]], inaugurado em 2019, trouxe de volta a experiência de cinema moderno à cidade, com tecnologia de ponta e energia solar. |
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{{Reflist}} |
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= Veja também = |
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* [[Lista de Cinemas de Itajubá]] |
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* [[Cine Presidente]] |
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* [[Cine Apolo]] |
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* [[História Cultural de Itajubá]] |
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[[Categoria:Cultura de Itajubá]] |
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== Categorias == |
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[[Categoria: |
[[Categoria:Cinemas]] |
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[[Categoria:Cinema]] |
Edição atual tal como às 18h37min de 5 de maio de 2025
História dos Cinemas de Itajubá[editar]
A história dos cinemas em Itajubá começou em 1903, quando José de Almeida Cunha Júnior trouxe um animatógrafo para o seu estabelecimento, o Salão Japonês, localizado na Praça Adolfo Olinto. Esta sessão, ocorrida em 22 de maio, marcou a primeira vez que os itajubenses viram imagens em movimento. Posteriormente, o animatógrafo também foi levado para o Teatro Santa Cecília, que se tornou palco para diversos cinemas ambulantes que passaram pela cidade. Em 1910, o espanhol José Martins Garcia instalou um aparelho de projeção de forma mais permanente no teatro, denominando as sessões Cinema Recreio Itajubense.
O primeiro cinema dedicado em Itajubá foi o Bijou-Salon, inaugurado em 1911 por José Martins Garcia. Construído em um prédio onde hoje é a Praça Theodomiro Santiago, do lado do Clube Itajubense, o Bijou Salon era considerado chique e um símbolo de progresso, com um salão amplo, iluminação elétrica e projeção frontal. Outros cinemas importantes do período do cinema mudo incluem o Edison Cinema, que funcionou de 1913 até a década de 1920 na Praça Wenceslau Braz, e o Cine Apolo, inaugurado em 1927 e que marcou um grande avanço para a cidade, sendo o local onde a primeira exibição de filme falado ocorreu em 1930.
Na década de 1930, foi inaugurado em 1934 o Cine Paratodos, localizado no bairro da Boa Vista, uma área industrial da cidade. Posteriormente, outros cinemas surgiram, como o Cine Auditório da F.I. inaugurado em 1941, o Cine Teatro Edna, inaugurado em 1951. Um dos cinemas mais importantes e modernos foi o Cine Presidente, inaugurado em 1959 na Praça Wenceslau Braz, que se tornou um símbolo da cidade até seu fechamento em 2009.
Após um período sem cinemas, o Cineclube Itajubá foi inaugurado em 2009, mantendo viva a memória do cinema com projetores de 16mm e 35mm e um acervo de filmes clássicos e raros, incluindo cópias do Cine Presidente. Em 2019, foi inaugurado o Cine A, sinalizando um retorno do cinema comercial para a cidade. A história dos cinemas de Itajubá reflete as tendências do país e demonstra a importância desses espaços como palcos de entretenimento, cultura e memória para as diferentes gerações
Lista dos Cinemas[editar]
Linha do Tempo[editar]
Bijou-Salon (1911-1920s)[editar]
O Bijou-Salon marcou um momento significativo na história de Itajubá ao se tornar o primeiro cinema dedicado da cidade, sendo festivamente inaugurado em 29 de junho de 1911. Fundado por José Martins Garcia e sua empresa J. M. Garcia & Filhos, com apoio financeiro de D. Amélia Braga. Sua inauguração representou um avanço para a época, oferecendo um salão amplo e arejado, iluminação elétrica e projeção frontal, diferenciando-se das exibições anteriores realizadas no Teatro Santa Cecília.
Edison Cinema (1913-1920s)[editar]
O Edison Cinema foi o segundo cinema a ser fundado em Itajubá, sendo inaugurado em 10 de agosto de 1913 com o nome inicial de Molière Cinema. No entanto, em 1914, o nome foi alterado para Edison Cinema. O Edison Cinema estava localizado no mesmo local que mais tarde seria ocupado pela casa comercial A Liberty, e que atualmente não existe mais. Era situado ao lado de onde futuramente seria construído o Cine Presidente.
Cine Apolo (1925-1960s)[editar]
O Cine Apolo foi um dos marcos culturais de Itajubá. Inaugurado em 1925, era um cinema de grande porte, com capacidade para centenas de espectadores. Durante as décadas de 1940 e 1950, viveu seu auge, exibindo grandes clássicos do cinema mundial, além de ser palco para eventos sociais da cidade. Foi um dos primeiros a exibir filmes falados na região. Com o tempo, enfrentou a concorrência de novas formas de entretenimento e encerrou suas atividades na década de 1960.
Cine Paratodos (1934-1970s)[editar]
O Cine Paratodos tinha um foco popular: era acessível para trabalhadores e estudantes, com ingressos a preços baixos. Funcionava principalmente para os operários da Fábrica de Tecidos de Itajubá. Foi uma iniciativa pioneira de democratização do acesso ao cinema, encerrando as atividades na década de 1970.
Cine Auditório da Fábrica de Armas (Cine Pacatito) (1941-1990s)[editar]
Instalado dentro da Fábrica de Armas de Itajubá, o Cine Pacatito oferecia sessões para funcionários e suas famílias. Com uma programação voltada para o público interno, foi um importante espaço de lazer em tempos de Segunda Guerra Mundial.
Cine São Luiz (1949-1950s)[editar]
O Cine São Luiz era ligado à Igreja Católica e funcionava no bairro Boa Vista. Exibia principalmente filmes educativos e de temática religiosa, complementando a formação moral das famílias da comunidade.
Cine-Teatro Edna (1951-1950s)[editar]
O Cine-Teatro Edna foi criado com a proposta de exibir filmes de arte, europeus e produções nacionais. Com ambiente intimista e programação diferenciada, atraiu públicos específicos e foi importante para a formação cultural da cidade. Porém, não resistiu às mudanças nos hábitos de consumo de entretenimento e à concorrência e fechou por volta de 1960.
Cine Paroquial (1952-?)[editar]
O Cine Paroquial era um projeto da Paróquia de Nossa Senhora da Soledade. A proposta era proporcionar lazer educativo para os jovens, exibindo filmes com valores cristãos e mensagens edificantes.
Cine Presidente (1959-2009)[editar]
Inaugurado em 1959, o Cine Presidente impressionava pela modernidade: era equipado com Cinemascope, proporcionando uma tela ampla e envolvente. Durante anos, foi referência em exibição de filmes, recebendo estreias nacionais e blockbusters internacionais. Além de filmes, o Cine Presidente também recebeu eventos culturais, formaturas e encontros sociais. Em 2009, após décadas de funcionamento, encerrou suas atividades, deixando uma lacuna no cenário cultural da cidade.
Cine Alvorada (1962-1980s)[editar]
O Cine Alvorada surgiu como uma proposta de cinema mais moderno, com ambiente climatizado e estrutura confortável. Seu público principal eram famílias e jovens. Apesar do sucesso inicial, a competição com a televisão e o videocassete nos anos 1980 levou ao fechamento do cinema.
Declínio dos Cinemas de Rua[editar]
A partir dos anos 1970, com a popularização da televisão e, depois, do videocassete, os cinemas de rua enfrentaram forte concorrência. O público diminuiu, as despesas aumentaram, e muitos cinemas históricos foram obrigados a fechar suas portas. Essa tendência culminou no encerramento das atividades do último grande cinema de rua, o Cine Presidente, em 2009.
Renascimento Cinematográfico[editar]
Hoje, a tradição do cinema em Itajubá sobrevive através de novos formatos:
- O Cineclube Itajubá, fundado em 2009, exibe filmes de arte e clássicos em espaços alternativos.
- O Cine A, inaugurado em 2019, trouxe de volta a experiência de cinema moderno à cidade, com tecnologia de ponta e energia solar.